terça-feira, julho 17, 2007

Considerações

Neste momento você deve estar olhando para a tela e pensando “Tá, considerações. Sobre o quê?” E eu respondo: sobre horror, ué. Foi uma coisa que apareceu no blog meio que por acidente, simplesmente deixei os dedos rolarem no teclado e saiu um contículo de horror sobre um gato na sacada (é, isso aí. Também achei estranho.) Depois saiu outro, e mais outro. E eu pensei aqui comigo: “por que o horror nos atrai tanto?”


Eu não sei como aconteceu com você – e nem se acontece. Comigo, a coisa começou com os filmes (péssimos) de horror da década de 70-80. Stephen King foi um autor que começou a pipocar seguido em minha mente antes mesmo que eu lesse Machado de Assis ou Érico Veríssimo. Impulsionado pelo pavor e a adrenalina dos filmes (Re-Animator, Evil Dead, Christine, Cemitério Maldito, etc...), comecei a procurar os livros. Eu andava numa de clássicos. Então, o primeiro autor com que entrei em contato foi o bom e velho E.A.Poe, que também já tinha visto em algumas adaptações para o cinema. Os contos dele me gelavam a espinha.



Depois de Poe eu não conseguia ler um Stephen King com o mesmo gosto. Sei lá, uma questão de estilo. O Poe me horrorizava. King fazia o terror parecer um passeio na Casa Assombrada de um parque de diversões. As aventuras eram mais ou menos as mesmas. Homem encontra mistério fantasmagórico de um tipo qualquer, mistério fantasmagórico de um tipo qualquer mata um monte de gente, homem mata mistério fantasmagórico de um tipo qualquer. Poe tinha uma qualidade mais intensa em seus escritos.



Depois descobri H.P. Lovecraft. Foi um achado! O cara realmente sabia criar um clima. E foi lendo Lovecraft – em particular um ensaio dele sobre o Horror e a literatura fantástica – que descobri que há uma diferença entre o TError e o HOrror. Que é o fato de o escritor de horror estar preocupado em criar um clima tétrico para a história. Essa preocupação faz a diferença. Tendo lido o ensaio – em que o autor se preocupa em indicar também os autores mais bem sucedidos de horror em todas as épocas – encontrei muito mais coisas boas para ler.



Fui apresentado a Maupassant, Defoe, Bierce; até Heinlein tem um conto magnífico de horror. E, nesse meio tempo, cheguei à conclusão de que o que nos leva a buscar esse tipo de literatura (ME leva. Como eu disse, não sei você, se gosta) é uma vontade de temer, de se assustar. Talvez algo que a gente traga nas costas desde antes de descer das árvores, em que uma descarga de adrenalina poderia te salvar do predador. Penso que a literatura de horror/terror tem essa finalidade, de suprir nossos organismos com um temor irracional para que nosso organismo está preparado, foi feito para isso. Mas a segurança e – às vezes – monotonia da vida moderna não supre. Em minha opinião, o HOrror é mais efetivo que o TError. A maioria dos últimos livros me chateia (King, Anne Rice, etc.). Mas os antigos ainda conseguem me prover com aquele frio gostoso na espinha.
Claro, o que eu escrevo não tem essa preocupação em criar o “clima”. Mas acho que alguns são efetivos (especialmente se você os lê de noite... hehehe). Depois de tantas considerações e dicas, acho que o mínimo que posso fazer por você é postar alguns links para histórias de terror/horror. Tirei estes do PDL (link aí do lado). Não sei se você vai conseguir acessar sem se cadastrar, mas asseguro que o processo é indolor e o resultado vale a pena! Se quiser mais, tem um monte. E bons suores frios!!!



Livros de:









Nenhum comentário: